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Vovó Ninja (2024) | Crítica

Vovó Ninja“, dirigido por Bruno Barreto, apresenta-se como uma comédia que, embora possua momentos divertidos, destaca-se, sobretudo, pela sua surpreendente carga dramática. A direção de Barreto e a atuação de Glória Pires vale o destaque.

O elenco, escolhido com precisão, exala carisma e contribui significativamente para o sucesso do filme. A química entre os atores, especialmente nas cenas em que o elenco principal está reunido, proporciona um deleite ao espectador. Barreto demonstra uma sensibilidade notável ao explorar a relação entre avó e netos, e essa dinâmica é magistralmente potencializada pela atuação de Pires.

Vale destacar também o desempenho do elenco mirim, que se revela um acerto e reforça a conexão emocional da história. No entanto, o filme apresenta escolhas criativas que, em determinados momentos, comprometem a coerência narrativa. A inclusão da temática “ninja” e “kung fu”, que perpassa a história, acaba por enfraquecer o enredo. Ainda que tal temática tenha sido empregada como uma tentativa de aproximar a relação da avó com os netos, seu uso é, em grande parte, superficial.

Além disso, essa abordagem é usada para justificar a separação entre mãe e filha, uma questão que, infelizmente, é apenas superficialmente tratada e resolvida de maneira insatisfatória no final. É inegável que “Vovó Ninja” possui um charme inquestionável, especialmente quando se concentra em desenvolver as relações interpessoais.

Nessas ocasiões, o filme torna-se mais interessante e cativante, conseguindo emocionar, em especial, aqueles que possuem uma ligação afetiva forte com suas avós. Todavia, a insistência em impor a temática de “ninja” e elementos de ação resulta em um desvio que desarmoniza a narrativa, enfraquecendo-a consideravelmente.

Em suma, “Vovó Ninja” é uma obra que, embora cativante em muitos aspectos, peca por escolhas temáticas que acabam por diluir a força de sua narrativa. Se tivesse mantido o foco nas relações familiares e optado por outras motivações para explorar os conflitos entre os personagens, o filme poderia ter alcançado um resultado mais coeso e emocionalmente impactante.

Niedja Pantaleão
Niedja Pantaleão
Niedja é natural de Olinda, tem 36 anos. É fundadora e editora-chefe do site. Jornalista com 20 anos de carreira, apaixonada pela sétima arte e maratonista de séries. Desde criança, o rádio e televisão sempre foram suas companhias inseparáveis.
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