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Yann Tiersen lança o álbum “Rathlin from a Distance | The Liquid Hour”

O tão aguardado novo projeto de Yann Tiersen, “Rathlin from a Distance | The Liquid Hour” já está disponível. Um único álbum dividido em dois lados distintos, mas interconectados, cada um com suas próprias características sonoras: uma parte introspectiva, ao piano, que medita sobre identidade; e outra eletrônica e dinâmica, que alimenta um levante contra os sistemas que nos aprisionam. O lançamento é acompanhado pelo novo single e videoclipe “Ninnog”, lançado hoje.

“Ninnog” — nome do veleiro de Tiersen — é uma faixa lenta, constante e que se desenrola aos poucos, estabelecendo o tom de um disco que se revela em mudanças belas e inesperadas. O videoclipe que acompanha a música é dirigido por Murat Gökmen, o mesmo de “Ninnog at Sea”, e abre a parte Rathlin from a Distance, composta por oito peças instrumentais ao piano. O álbum tem sido pontuado por lançamentos como “Rathlin from a Distance”, uma meditação sobre identidade que destaca a excelência pianística de Tiersen, e “Ninnog at Sea”, um hino eletrônico que transforma suas reflexões náuticas em uma faixa pulsante de fúria, esperança e desejo de desconstruir o presente para reconstruir um futuro coletivo radiante.

Entre os lançamentos mais recentes estão ainda “Arne”, uma paisagem sonora hipnótica entrelaçada com os vocais etéreos de QUINQUIS, e “Caledonian Canal”, um exercício de ternura despida. A parte Rathlin from a Distance é composta por oito peças instrumentais ao piano, cada uma batizada com o nome de um local visitado por Tiersen durante sua turnê de barco em 2023, as faixas refletem uma jornada de autoconhecimento. As composições evocam um forte senso de espaço e introspecção, cada parada no trajeto marcando um novo estágio de consciência.Enquanto Rathlin from a Distance é contemplativo, The Liquid Hour — que Tiersen compôs ao perceber que era hora de “derrubar tudo” — é uma afirmação musical ousada e urgente. O lado eletrônico do disco abre com uma faixa épica e envolvente, que canaliza o desejo do artista por mudanças sociais e políticas. A inspiração para esse trecho veio de uma experiência específica no mar: sozinho ao leme de seu veleiro, após quase dois meses navegando, Tiersen avistou as luzes de Belfast e mergulhou em reflexões sobre a história conturbada da cidade e sua conexão com lutas políticas mais amplas.

A sonoridade expansiva de The Liquid Hour mistura ambient atmosférico, grooves hipnóticos e instrumentação eletrônica impactante. Os vocais assombrosos de Émilie Quinquis dão ainda mais força à mensagem do álbum. Entre os destaques de produção estão o uso da rara Ondioline — instrumento eletrônico dos anos 1930 emprestado pela organização Forgotten Futures, de Gotye — e de quatro diferentes drum machines que criam ritmos tribais e batidas pulsantes. O resultado é uma exploração do poder pessoal e coletivo, um chamado à ação frente às crises globais. Tiersen, que há anos adota práticas sustentáveis em suas turnês, escolheu viajar de barco e motorhome como forma de repensar o modelo tradicional de artista itinerante, minimizando o impacto ambiental e vivendo o conceito de slow touring. Essa abordagem reflete os temas centrais do álbum: introspecção, consciência ecológica e a busca por sentido em um mundo em constante crise e transformação.

No mar, você vê o mundo como ele realmente é,” diz Tiersen. “O mar é a realidade definitiva. Não há fronteiras, e você pode ir a qualquer lugar. Isso escancara o absurdo das fronteiras.

O disco termina com uma faixa poderosa, batizada em homenagem a Dolores Ibárruri, a militante antifascista espanhola famosa por seu discurso “¡No pasarán!”, um grito de resistência contra o capitalismo, o pós-colonialismo e a ecocida destruição do planeta. Como Tiersen conclui: “Não se trata de raiva. Trata-se de encontrar um caminho para a mudança.”

“Rathlin from a Distance | The Liquid Hour” é um álbum que percorre toda a gama da emoção humana — da contemplação mais íntima aos gritos mais urgentes por transformação. Com uma mistura única de elementos acústicos e eletrônicos, marca um novo e ousado capítulo na evolução musical de Yann Tiersen.

Niedja Pantaleão
Niedja Pantaleão
Niedja é natural de Recife, tem 35 anos. É fundadora e editora-chefe do site. Jornalista há 20 anos, sambista apaixonada pelo carnaval do Rio de Janeiro.
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