O Se Vira Music, que há anos pulsa no zap como o maior coletivo fervilhante de bandas do rock cristão, jornalistas, radialistas e outros agitadores da cena, segue fazendo o que poucos fazem: pensar. Por lá, discute-se de tudo — dos temas espinhosos, como “o que esperar de um Brasil evangélico?”, aos nem tão urgentes assim, tipo “por que o arroba Rock Com Cristo parou de seguir e postar bandas da própria cena?”.
Já no Instagram, a coisa muda de forma: vira um zine visual, provocativo, capaz de fazer certos religiosos surtarem. Pois bem — essa coisa que é várias em uma só acaba de dar um passo importante, em parceria com Moisés Di Souza (ex-Banda Azul): tornar-se oficialmente um selo musical.
A estreia aconteceu no último dia 10, quando selou e lançou nas prateleiras digitais “Deus sem Jesus é o Diabo”, a mais recente provocação sonora da banda Judeu Marginal. Uma faixa “fofa” sobre o uso contínuo do nome de Deus para justificar atrocidades diversas.
Além do trio da Baixada Fluminense, o Se Vira Music já anunciou outras apostas do cenário independente: Apogeu, de São Paulo; Keystone, de Niterói/RJ dentre outros estão entre os nomes nas publicações do selo — os anúncios são feitos em uma das “páginas” dos carrosséis, formato adotado para os posts.
O selo nasce pequeno e barulhento, no entanto. Se vai crescer e incomodar mais ainda? Se vai seguir sendo referência? Só o tempo — e os carrosséis — dirão. Por ora, uma coisa é certa: a tartaruga virou selo. E começou virada no jiraya.