A cantora, compositora e produtora musical não binária Alexys Agosto convida o público a uma imersão profunda em seu aclamado álbum de estreia, “A Fabulosa Viagem de Futurística”. Lançado em janeiro, o trabalho ganha um novo olhar, revelando os sentimentos mais íntimos e as vivências que o moldaram, reforçando agora, no Mês do Orgulho LGBTQIAP+, sua potência como um hino de representatividade, liberdade e auto aceitação no contexto para toda a comunidade.
“O álbum aborda reflexões sobre gênero e sentimentos que perpassam a nossa comunidade. É um projeto que fala de questões políticas e também de sentimentos muito íntimos“, explica Alexys. “A Fabulosa Viagem de Futurística” é uma vivência pessoal e coletiva. “Nele, falo sobre esse sentimento de me sentir um ET nesse planeta, de querer ser amada sendo quem eu sou, e também celebro a minha existência e a de tantas outras pessoas que têm uma vivência similar à minha“.
Uma viagem de cinco anos
O processo de criação de “A Fabulosa Viagem de Futurística” foi uma odisseia que durou cinco anos. Inicialmente focada no teatro, a pandemia de COVID-19 impulsionou Alexys a uma reinvenção criativa. Essa nova realidade a levou a investigar a dramaturgia sonora, construindo uma narrativa através de canções. O sentimento que permeia toda a obra, segundo Alexys, é a solidão. As três palavras que definem o trabalho para a artista são: vitalidade, dançar e solidão.
Identidade e cura através da narrativa
“A Fabulosa Viagem de Futurística” tem divisão em três atos, onde a personagem Futurística, uma pessoa-ciborgue, se perde no espaço-tempo e precisa se reinventar no planeta Terra. Essa narrativa tem intrinsecamente ligação às vivências da identidade de gênero de Alexys. No Ato I, a faixa “Ciborgue” aborda a percepção do gênero como uma construção social e a liberdade de usar as “tecnologias de gênero” para construir a própria identidade. O segundo ato mergulha na “Saudade e Solidão” pós-transição.
O Ato III é sobre libertação e se sentir bem consigo mesma.
Ver o álbum disponível nas plataformas digitais foi um momento de grande emoção para a cantora. O processo, que nasceu em seu quarto, ganhou forma com a parceria de Helô Badu, que co-produziu o álbum e gravou as guitarras. O álbum gravado na Rizoma Coletiva mistura pop, rock, funk e música brasileira psicodélica dos anos 70.