InícioNotíciasHyldon lança seu aguardado novo álbum “HYLDON JID023”

Hyldon lança seu aguardado novo álbum “HYLDON JID023”

Hyldon, um dos vocalistas, músicos e produtores mais reverenciados do Brasil, uniu forças com Adrian Younge para criar um novo álbum de soul psicodélico, HYLDON JID023. A dupla, profundamente inspirada pelo trabalho seminal de Hyldon nos anos 60 e 70, resgata o espírito dessa era enquanto dá vida a um clássico moderno. A voz única e a profundidade lírica de Hyldon, aliadas à produção analógica inovadora de Younge, garantem que este álbum não será esquecido. JID023 é uma das últimas gravações a contar com a participação do baterista Ivan “Mamão” Conti, do Azymuth, colaborador e amigo de longa data de Hyldon.

Hyldon, um pioneiro musical e um dos primeiros contribuintes do movimento “Black Rio”, é um gênio em sintetizar os sons da MPB, Tropicália e do R&B americano. Sua voz única, combinada com arranjos ricos e grooves descontraídos, o diferencia dos contemporâneos da época. Em 1975, seu notável álbum de estreia, Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda, mudou para sempre o som do Brasil. A abordagem sincera e experimental de Hyldon na criação desse álbum serviu de inspiração para a produção de Younge no novo JID023.

Meses antes do falecimento de Mamão, Adrian Younge e Hyldon o convidaram para se juntar a eles no estúdio Linear Labs, em Los Angeles. Mamão e Hyldon compartilhavam uma rica história musical — o Azymuth, grupo de Mamão, foi a seção rítmica de grande parte do trabalho de Hyldon, incluindo o icônico LP Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda. O objetivo deles era ambicioso: criar um álbum que estivesse à altura das melhores realizações de Hyldon, capaz de cativar fãs que adoram sua mistura única de psicodelia e MPB.

Adrian Younge diz: “Produzir um álbum de Hyldon foi a realização de um sonho. Estudei seu catálogo por tantos anos e respeito profundamente a forma como ele misturou o som dos Beatles com Marvin Gaye e Tim Maia. Ainda estou encantado pelo fato de ele ser um cantor ainda melhor agora do que em sua época considerada ‘de ouro’. Também sentimos profundamente a falta de nosso querido amigo e colaborador Mamão, o falecido baterista do Azymuth. Dedicamos este álbum à sua memória, e gostaríamos que ele tivesse tido a chance de ouvir o álbum finalizado.”

Canções como “Olhos Castanhos” evocam a natureza etérea de “Strawberry Fields”, dos Beatles, à medida que as flautas de mellotron e a performance vulnerável de Hyldon cativam nossos corações. A bateria crua e funky de Mamão em “Nhanderuvuçu (The Creator of God)” demonstra o que o tornou um dos grandes pioneiros da cena samba-funk no Brasil. Além da bateria marcante, o multi-instrumentista Younge realiza o impensável ao tocar todos os outros instrumentos em JID023.

A fusão experimental de metais, sintetizadores analógicos e instrumentação acústica em faixas como “Viajante do Planeta Azul” transporta os ouvintes para uma jornada funky pelo planeta azul — um espaço fictício que Hyldon descreve liricamente com paixão e convicção, em versos como “Flores exóticas, ouro e prata, sereias de além-mar”.

HYLDON JID023 é uma adição inesperada, mas extraordinária, ao cânone da música brasileira. A ressonância emocional de Hyldon, aliada à produção sofisticada de Younge e à performance excepcional de Mamão, tornam este álbum um destaque dentro do vasto catálogo do Jazz Is Dead.

Niedja Pantaleão
Niedja Pantaleão
Niedja é natural de Recife, tem 35 anos. É fundadora e editora-chefe do site. Jornalista há 20 anos, sambista apaixonada pelo carnaval do Rio de Janeiro.
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