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Exclusivo: Maria Nicolly e Maria Emanuelly contam sobre vida, carreira na internet e momentos difíceis

As irmãs Maria Nicolly e Maria Emanuelly estão na internet desde que eram crianças, e com o tempo construíram um legado que hoje somam mais de 25 milhões de seguidores nas redes. Confira o papo exclusivo das influenciadoras com o Sessão.

1° – A criação de conteúdo teve um impacto na infância e vida de vocês?

Maria Emanuelly: “Eu diria que mudou, com certeza, não foi uma infância normal. Pulamos muitas etapas por conta disso”

Maria Nicolly: “Amadurecemos muito rápido, muitos coisas que crianças vivem não vivemos, e muitas coisas que pessoas normais não vivem, vivemos através do nosso trabalho. Uma coisa compensou a outra! No começo era mais difícil, tínhamos 10 anos e o dilema entre trabalhar e ter o lazer, por exemplo, mas nos adaptamos rápido, até porque é algo que gostamos de fazer”.

2° – O que ou quem inspirou vocês a criarem conteúdos nas redes sociais?

Maria Nicolly: “Acho que todos os Youtubers da época, tinham muitos, mas acompanhávamos muito os Migos e Beleza Teen. Mas desde sempre fomos muito desenvoltas, gostávamos de conversar e falar […]

Maria Emanuelly: “Acompanhávamos muitos canais que eram referências, a Nicolly falou do Beleza Teen e dos Migos, mas na época tinha Whindersson Nunes, Dani Russo, Eu Fico Louco, do Cristian Figueiredo. Acompanhávamos e nos inspirávamos muito neles”.

3° – Como é a vida de vocês com a fama?

Maria Nicolly: “A escola acredito que foi a única parte ruim, porque como somos de cidade pequena do interior, sofríamos muito bullying por termos começado na internet. Aqui não era algo comum, hoje é um pouco mais, mas sofríamos bullying, muita richa entre alunas que não iam com a nossa cara, e até mesmo professores que tinham preconceito com o que fazíamos.

Maria Emanuelly: “Um motivo muito básico era quando os professores perguntavam sobre o que queríamos ser profissionalmente, e respondíamos YouTubers, daí éramos motivo de piadas e etc.”

Maria Nicolly: “Essa questão nunca se normalizou, porque sempre mudamos muito de casa, de escola, então sempre teve esse ciclo de bullying onde chegávamos”.

Maria Emanuelly: “Não teve essa normalização em praticamente nenhuma escola, porque foi como a Nicolly falou, além de sempre sermos novas nas escolas, quando decidimos ficar de vez em uma escola para completar o ensino médio, veio a pandemia e depois dela não voltamos mais, terminamos o ensino médio.”

Maria Nicolly e Maria Emanuelly
Reprodução: Instagram @eumarianicolly

4° – Como foi para a família de vocês lidar com a criação de conteúdo?

Maria Nicolly: “Eu acho que pra família mais próxima, que é pai, mãe e irmã, foi difícil nos primeiros meses, mais pela exposição mesmo, nossa irmã mais velha que era mais liberal nos ajudou muito com essa questão.

Maria Emanuelly: “E hoje, sem eles não conseguiríamos estar onde estamos, porque minha mãe deixou o emprego para nos apoiar, meus pais na verdade, desde o início foram os que mais nos apoiaram!”

Maria Nicolly: “É claro, que sempre tem alguma parte da família que não acredita, faz um comentário ou outro, mas de resto, fomos bem acolhidas.”

5° – Quando que a Jully Molina surgiu na carreira de vocês na internet?

Maria Emanuelly: “Foi ali entre 2018 e 2019? Eu acho…”

Maria Nicolly: “Foi através de uma amiga em comum, ela veio viajar a trabalho em uma cidade vizinha da nossa, e essa pessoa que trouxe ela de BH pra cá sabia que éramos fãs dela, daí nos encontramos em Foz do Iguaçu que fica a 1 hora e meia daqui. E hoje não é mais sobre trabalho, é uma amizade! Óbvio que gravamos juntas quando nos vemos, mas a Jully foi uma peça fundamental na nossa vida e carreira, principalmente em coisas mais burocráticas”.

6° – Qual o impacto que vocês acreditam ter no seu público?

Maria Nicolly: “Olha, com certeza no início de nossa carreira, quando éramos crianças, não pensávamos sobre o impacto que teríamos no público, era muito por hobbie e brincadeira. Não pensávamos na mensagem que iríamos passar, no que iríamos agregar, mas aos poucos, fomos vendo que influenciávamos pessoas de alguma forma, ajudávamos de alguma forma. Acho que isso veio com a idade também, com ela você vai criando mais responsabilidade.”

Maria Emanuelly: “Passamos uma mensagem sem querer passar, hoje fazemos isso com uma maior noção de nosso impacto, fazemos isso mais pensado, mas nosso público é uma comunidade que cresceu conosco e nos acompanham há anos, ou seja, são bem fiéis. O que mais passamos para eles é a questão familiar, da importância disso, porque hoje em dia nossa família está muito ligada aos nossos conteúdos, além de claro, entreter! Recebemos muitas mensagens como: ‘eu estava triste’ ou ‘eu tinha/tenho depressão e vocês me ajudaram’. E isso eu acho que vem através da nossa rotina, da nossa vida real, conseguimos ajudar de alguma forma.”

7° – Qual foi a situação mais complicada que a internet já trouxe para a vida pessoal de vocês?

Maria Nicolly: “Além do bullying, como já falamos, nossa cidade é bem pequena, então não tínhamos muita privacidade, e quando pequenas não entendíamos isso. As pessoas descobriram nosso endereço, então tinha vezes em que pessoas entraram no nosso condomínio e o porteiro avisava que estavam subindo no nosso apartamento, já teve vezes que saímos do banho e tinha gente na nossa casa, essas situações foram muito constrangedoras, não estávamos preparadas para vermos alguém nos nossos espaços íntimos.”

Maria Emanuelly: “Eu acho que além da privacidade, esse preconceito da nossa cidade com a gente. Já ouvimos muito não, e até hoje fechamos mais com empresas de fora daqui, até fora do país, então essas portas fechadas tivemos bastante aqui em Cascavel, isso foi um problema pra gente. Além disso, somos mulheres, então qualquer mulher é assediada, mas com a fama isso se intensifica, éramos menores de idade então sofríamos muita pedofilia, tanto no direct do Instagram, quanto pessoalmente também. Já tivemos inúmeras situações constrangedoras nesse sentido.”

Maria Emanuelly detalha caso de assédio em farmácia:

Maria Nicolly: “Eu estava com muita dor de ouvido, muita febre há dias. Fui ao médico e ele me receitou alguns remédios, então fui na farmácia. Entrei na farmácia chorando com muitos graus de febre, o farmacêutico me atendeu, e ele não me reconheceu. Eu informei que estava com dor de ouvido e ele meio que desconversou dizendo que poderia ser dengue, mesmo com o laudo médico, daí ele me levou para salinha dele, onde iria me examinar, foi onde aconteceu os assédios, desde colocar a mão no meu rosto, até colocar nos meus peitos, por baixo do meu sutiã. Minha mãe estava comigo, mas ele estava na frente cobrindo a visão dela.

E por eu e a Nicolly termos a aparência de mais novas, acredito que ele achou que eu não saberia identificar o que houve, eu saí de lá direto pro carro, já estava mal e acabei ficando pior emocionalmente. Chegando em casa contei para meu pai, e fomos fazer um boletim de ocorrência contra ele. Acredito que daqui há alguns dias já aconteça a audiência. Esse caso vai fazer um ano, foi em maio do ano passado e o pior para o assediador é que na época eu era menor de idade.”

8° – Mensagem para o público que sonha em criar conteúdo:

Maria Nicolly: “Eu acho que para as pessoas que realmente tem essa vontade que vem do coração, igual eu e a Emanuelly que desde pequenas sabíamos e sentimos lá no fundo que queríamos trabalhar com a comunicação, algum momento vai dar certo, as pessoas desacreditam, nós mesmos ficamos desacreditadas às vezes, mas é só persistir e não desistir nunca.”

Maria Emanuelly: “Minha mensagem é a mesma que a da Nicolly, eu acho que nunca vai dar certo se você não confiar em si próprio, confie em você mesmo! Óbvio que ter pessoas em volta te apoiando ajuda muito. Muitas pessoas querem viver a fama, em sua melhor parte, mas esquecem que tem a parte ‘ruim’, com prós e contras, como em qualquer outra área. A pessoa tem que estar disposta a seguir ali com responsabilidade e levar como um trabalho.”

Henrique Venirë
Henrique Venirë
Henrique Venirë é natural de São Paulo, tem 18 anos. É criador de conteúdo desde 2022, mas em 2024 se tornou jornalista profissionalmente falando.
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