sábado, julho 19, 2025
InícioEntrevistaEXCLUSIVO: Em entrevista, Bia Borinn reflete sobre carreira internacional, família e nova...

EXCLUSIVO: Em entrevista, Bia Borinn reflete sobre carreira internacional, família e nova série na Netflix

Bia Borinn, atriz paulistana de 44 anos, tem trabalhado para conquistar seu espaço no mercado do audiovisual internacional. Fluente em três idiomas, a artista nos contou, em conversa exclusiva, sobre sua jornada nas artes cênicas, sobre casamento e projeto ao lado do marido e mais detalhes do que podemos esperar de sua personagem na série “Los Gringo Hunters”, já disponível na Netflix.

Quando e como começou seu contato com a atuação? Foi desde a infância?

Eu venho de uma família muito humilde, então eu não sabia que ser ator ou atriz era profissão. Sempre gostei de ver filmes, novelas… mas nunca passou pela minha cabeça essa possibilidade quando pequena. Mas eu gostava de cantar, sempre gostei de cantar! Amava dançar, então já tenho essa parte artística, mas nunca encarei como uma possibilidade profissional. Daí eu comecei a ouvir outras pessoas, como minha madrinha, minha professora: ‘Você devia fazer teatro’, e eu comecei a me questionar o porquê disso.

Quando fiz uns 14 anos, fiz algumas peças de teatro na escola, uma professora minha chegou para mim e disse: ‘Olha, sabia que tem curso de teatro no clube? Você deveria fazê-lo!’, e pensei que apenas veria, mas na real queria ser médica. No final, eu acabei fazendo o curso de teatro, e assim… me apaixonei. O que realmente me tocou no teatro foram duas coisas: a primeira é que no teatro você pode atuar, mas pode produzir, escrever, dirigir; tem uma série de coisas que você pode fazer! Isso foi muito importante para mim, principalmente na adolescência, onde você contesta muito, absorve muito… então o teatro veio nesse momento, e daí foi.

Bia, você atua em três idiomas. Para você, qual é o idioma mais desafiador na atuação?

É muito louco isso. Como eu gostava de cantar ainda criança, costumava cantar em inglês, e naquela época – quando você não era nascido ainda – costumávamos comprar discos das trilhas em inglês das novelas, e foi a partir disso que quis fazer inglês, o curso de inglês. E quando foi pela primeira vez a Nova York para ver teatro, etc., pensei: ‘caramba, não estou entendendo nada.’, e segui com essa reflexão, tendo feito inglês a minha vida inteira. Depois de um tempo, casei com o Edu Muniz, e ele treinou o inglês em Nova York, e daí vi que precisava ficar um tempo fora para treinar meu inglês.

Quando fui para Nova York, já tinha um filho, tinha uma carreira no Brasil, então eu já tinha uma bagagem toda em português, o que foi desafiador para atuar em inglês. Os vocabulários também, quando você vai interpretar uma médica, por exemplo, as palavras que se usam são diferentes, então lidar com isso requer bastante esforço. Mas agora estou bem confortável com isso.

Nos EUA, latinos precisam falar espanhol, na visão deles. E quando você vai atuar lá, não temos muitos personagens brasileiros, a maioria é de mexicanos, colombianos ou pessoas que falam espanhol, para interpretar personagens com este perfil. Eu aconselho os atores que vão para os EUA que falem, além do inglês, a língua espanhola, pois existem muitas mais oportunidades para estas pessoas. Um quinto dos Estados Unidos fala espanhol, ou é descendente deste berço latino, então aconselho a investir em ambas as línguas.

Você falou um pouco sobre seu marido, o Eduardo, e eu queria perguntar como vocês se conheceram?

Dois atores… nos encontramos pela primeira vez em São Paulo, num teste para comercial. Então, nos conhecemos ali, onde ele contou que estava produzindo um espetáculo em inglês, e daí fiquei super interessada, mas assim… não rolou nada de mais. Foi só meses depois que nos reencontramos em outro teste de comercial também em São Paulo, e foi super por acaso, até porque ele é do Rio de Janeiro e tinha se mudado para São Paulo recentemente. E daí minha vida já estava de pernas para o ar, já havia me divorciado, ele também já havia ‘passeado’ por São Paulo, e foi assim! Há 16 anos, juntos, moramos em SP por um tempo, onde tivemos nosso primeiro filho, Miguel, e depois fomos morar em Nova York, agora em Los Angeles.

De onde surgiu o “História de Boca”, projeto seu com seu marido? 

O História de Boca surgiu por conta do meu primeiro filho, o Miguel, porque minha mãe sempre contava histórias para ele enquanto ele comia no jantar, quando ainda era muito pequeno. E daí ele sempre pedia para ela contar essas ‘histórias de boca’. Depois de muito tempo, tive meu segundo filho nos EUA, o Matheus, e pós-parto de atriz, sabe como é! Nós paramos totalmente! Por mais que o Edu seja um pai presente, não foi a barriga dele que cresceu, etc. Atriz que tem filho, para mesmo. Principalmente morando em outro país, quando não temos família para ajudar. 

E em casa, nesse meio tempo, começou esse ‘boom’ de podcasts, em 2019. Como o Edu é locutor e eu faço trabalhos de voz, temos um estúdio de locução em casa, e foi aí que sugeri para ele fazermos um podcast, onde contaríamos histórias para crianças e tal… e ele achou legal! Surgiu desta maneira pequena e despretensiosa, e veio neste nicho que vivia em uma carência para conteúdos infantis. Em meio a essa onde de muitas telas, YouTube, TikTok e outros, ter algo que desconectasse as crianças era muito importante. Trabalhar a imaginação das crianças, esses outros sentidos dela.

Vamos bater agora 1 milhão de ouvintes, e ainda não temos patrocínio, precisamos buscar mais isto porque ainda é um projeto pequeno, mesmo alçando crianças do mundo todo, desde Dinamarca, Austrália, Japão… e tem um alcance fenomenal.

Você está em “Los Gringo Hunters”, nova série de Netflix, como foi o processo de escolha de elenco para o projeto?

Eu fiz um teste para outra personagem nesta série, e fiquei super nervosa porque o produtor de elenco del, Luís Gonzales, é um dos maiores nomes do México, e não passei! Já fiquei meio amarga, mas vida de ator é assim, então parti para a próxima. Depois de um mês e meio, veio outro teste, mas para esta personagem que eu faço, e achei a descrição dela incrível! A descrição falava que ela era meio misteriosa, e você não sabia qual era o sotaque deste personagem, era mesclado. E eu tinha exatamente esta característica, era uma coisa que eu criticava em mim antes, mas foi ela quem me deu este papel.

Eu já tinha bastante experiência no set de filmagens, então neste sentido não estava nervosa, mas foi minha primeira personagem em espanhol, então era com isso que eu estava apreensiva. Meu espanhol é bom, mas na hora de improvisar exige uma atenção maior. Me preparei bastante com o Eduardo Milevicks, que é um preparador de elenco argentino, além das minhas aulas de espanhol por fora. Mas cheguei lá, consegui relaxar e mandar bem.

A Cidade do México é uma cidade muito bacana. Chegando lá, já fiz a prova de figurino, ajustando os últimos detalhes da personagem, onde o figurino foi fundamental. Temos essa impressão de que o ator cria tudo do personagem sozinho, mas não, às vezes uma peça que você coloca é que já traz outra energia. Pude vivenciar um pouco a Cidade do México, então isso me relaxou e nos dias de filmagem, que foram 3, a equipe foi maravilhosa! Assim que souberam que eu era brasileira, já me apresentaram para outro brasileiro, que era o Adrian Teijido, que foi quem fez a direção de fotografia do ‘Continuo Aqui’. Então, já nos conectamos ali, por termos amigos em comum também, foi super bacana!

A série é baseada em fatos e trata de um esquadrão de inteligência mexicano, tipo o FBI, que caça norte-americanos que cometem crimes na fronteira do México. E a partir de uma reportagem, que aconteceu há anos atrás, criaram essa série. Os casos que aparecem nela, são todos baseados em fatos, então minha personagem, originalmente era um homem, e fiz todo um trabalho para reinterprete-a-lo, não posso dar spoiler, infelizmente, mas uma coisa que trouxe na construção dela foi um questionamento: ‘uma pessoa pode mudar?’, e trabalhei nela em cima disso.

Bia Borinn finaliza a entrevista falando sobre atores com quem gostaria de atuar e manda recado aos nossos leitores. Assista!

Henrique Venirë
Henrique Venirë
Henrique Venirë é natural de São Paulo, tem 18 anos. É criador de conteúdo desde 2022, mas em 2024 se tornou jornalista profissionalmente falando.
veja mais do autor

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

últimas notícias