O humorista Raphael Ghanem parou sua agenda durante passagem pela Europa com o espetáculo “Se é que Você Me Entende”, para uma coletiva repleta de novidades pela R&D Assessoria. Veja alguns dos principais assuntos abordados por Raphael durante o bate papo.
1° – O que você percebe que mais mudou do início da sua carreira para agora?
“Eu passei a falar a verdade, e acho que isso foi o que transformou a minha vida. Eu criava histórias que achava serem engraçadas, criando situações que não fazem parte do meu universo. Eu fazia muitas piadas sobre animais, e as pessoas riam, mas aquilo não era a minha verdade!
Eu consegui contar sobre a insegurança masculina, términos de relacionamento, sobre sonhos, e então aquilo era a minha verdade, e assim minha vida andou”.
2° – Você acredita que as redes mudaram o humor que você faz? Qual a influência delas no seu show?
“Eu acho que elas ajudaram muito, ao mesmo tempo que viciou o público numa velocidade que as vezes não conseguimos acompanhar. Fez muitos comediantes ficarem atrasados, e tivemos que ter desapego para abandonarmos muitas técnicas que funcionavam antes.
A internet nos leva a um grande público, o que antes só era possível através de grandes emissoras. Temos mais ou menos 300 milhões de alcances em uma das plataformas em apenas 29 dias, e pra eu ter esse acesso na televisão eu teria que estar em horário nobre por mais de uma hora.
A internet demonstrou que tem público para todos os nichos, desde embaixadinha a desmontar celulares… meu público são todos esses! Quem se interessa por comédia, se interessa em se distrair, esquecer os problemas, resgatar momentos de lazer com a família, com histórias que sejam divertidas e engraçadas”.
3° – Dá para ter amizade em meio ao humor?
“Não sei se tem alguma rixa entre eles, mas o principal problema seria fazer a piada dos outros, criando uma competitividade. Já me disseram que piadas que eu fazia era de tal pessoa, me desculpei e parei de fazê-las.
Geralmente as pessoas provam com vídeos e mostram provas de suas piadas. Eu não acho que existe essa competição que tem no mundo da moda, por exemplo, onde um acaba passando em cima do outro. Por sermos comediantes temos um lema de não brigarmos, não queremos brigar muito pois já não somos fortes.
Eu não conheço as brigas, mas elas existem, seja por piadas ou comportamento. Tal comportamento não é aceito e então não faz parte do grupo, o contrário já é aceito, assim como em qualquer outra profissão. É necessário ter respeito, disciplina e diálogo.”
4° – Pergunta do site: Como você enxerga o papel da sua comédia com seu público?
“Se pudesse ser terapêutico seria ótimo! Um lugar onde as pessoas entram esquecem de tudo da vida delas e saem mais leves. Então se conseguirmos imaginar que numa meditação, eu inspiro e expiro, durante 10 minutos eu já saio mais leve, é como se estivéssemos prendendo as pessoas naquela sala para respirarem e inspirarem, colocando para fora a emoção, seja em risada, seja em aplausos.
Minha comédia acredito eu que possa ser um grande remédio, trazer grandes alívios. Me arrisco em dizer que pode limpar emoções para que a pessoa volte a rotina mais renovada, disposta e etc… por isso acho meu trabalho muito sério! Buscando encontrar um propósito na nossa vida.
Eu vou trazer para todos, uma esperança para uma vida mais leve, então há 10 anos pelo menos não assisto por exemplo filmes de guerra e terror, para não entrar nessa vibração. Eu sei de tudo o que está acontecendo, mas não investigo para não entrar nessa vibração baixa.”
“Disciplinando o que eu assisto e escuto, eu filtro o que quero absorver, e acabo não mudando minha vibração.” finalizou Raphael.
“Muito obrigado a imprensa, pois vocês estão investindo o tempo em alguém que faz isso muito antes de trazer algum resultado. Em alguém que não vá desaparecer, possa ser que desapareça de vocês, da mídia, mas dos teatros eu jamais irei desaparecer. Obrigado!” Assim agradeceu Raphael Ghanem.
