sexta-feira, outubro 3, 2025
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Crítica – Superman (2025)

James Gunn tinha diante de si uma tarefa colossal: reinventar o Superman para uma nova geração, depois de tantas versões que ora encantaram, ora dividiram o público. O resultado? Um triunfo cinematográfico. “Superman” (2025) não apenas resgata o espírito do herói mais icônico dos quadrinhos, como o renova com coração, humor e esperança — três pilares que o próprio Gunn domina como poucos.

Desde os primeiros minutos, fica claro que esta não é apenas mais uma história de origem. Gunn, que também assina o roteiro, nos apresenta a um Clark Kent (vivido com carisma e sensibilidade por David Corenswet) já em atividade como Superman, mas ainda buscando seu lugar no mundo. O roteiro equilibra habilmente os dilemas de um jovem que se divide entre suas raízes humanas e seu legado kryptoniano, sem deixar de lado os grandes feitos heroicos que todos esperam ver nas telas.

A estética do filme impressiona. Há um cuidado evidente com o design de produção, que mistura o clássico e o moderno de forma coesa — o traje azul e vermelho, por exemplo, remete às origens do personagem, mas com um toque contemporâneo que faz jus à proposta do novo DCU. As cenas de ação são dinâmicas, porém nunca excessivas, sempre ancoradas no emocional dos personagens, o que dá mais peso a cada confronto.

O elenco de apoio também brilha: Rachel Brosnahan é uma Lois Lane afiada, inteligente e perfeitamente equilibrada entre ousadia jornalística e cumplicidade romântica. Já Lex Luthor, interpretado com intensidade por Nicholas Hoult, surge como uma ameaça real e ideologicamente inquietante, mais cerebral que caricatural. Gunn acerta ao conferir profundidade às motivações do antagonista, fazendo com que ele represente mais do que um simples vilão — ele é um reflexo distorcido das inseguranças da humanidade diante do divino.

Mas o verdadeiro coração do filme está na sua mensagem. “Superman” resgata o otimismo heroico num momento em que tantos blockbusters mergulham na escuridão e no cinismo. Gunn aposta em um herói movido por compaixão, idealismo e empatia — e isso não soa datado, soa necessário. O filme emociona sem forçar, inspira sem parecer ingênuo.

Ao fim, “Superman” (2025) é muito mais do que um reboot. É uma carta de amor ao personagem e tudo o que ele representa. James Gunn entrega um filme vibrante, com alma, que devolve ao herói seu lugar no topo do panteão dos super-heróis. Uma nova era começou — e começou da melhor maneira possível. O filme está em cartaz nos cinemas com distribuição da Warner Bros.

Niedja Pantaleão
Niedja Pantaleão
Niedja, 36 anos, é natural de Olinda e fundadora do site, onde também atua como editora-chefe. Jornalista há 20 anos, tem no cinema uma de suas maiores paixões e é uma verdadeira maratonista de séries. Desde criança, rádio e televisão sempre fizeram parte da sua vida, alimentando a curiosidade e o entusiasmo que hoje se refletem em sua trajetória no jornalismo cultural.
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