sexta-feira, outubro 3, 2025
InícioCríticaCrítica: Longlegs - Vínculo Mortal (2024)

Crítica: Longlegs – Vínculo Mortal (2024)

Longlegs – Vínculo Mortal” é um daqueles filmes que chegam às telas com o peso de promessas grandiosas. O marketing foi agressivo e estratégico, alavancando expectativas ao extremo com frases como “o melhor terror da década” e “o mais perturbador“. Porém, o que poderia ser uma experiência cinematográfica marcante, acaba sendo uma demonstração de como a propaganda pode inflar expectativas e, ao mesmo tempo, comprometer a percepção do público sobre a obra.

Não se pode negar a qualidade técnica de “Longlegs – Vínculo Mortal“. A fotografia é um destaque, conseguindo transportar o espectador para os anos 90 e, ocasionalmente, para os anos 70, com uma ambientação que mescla suspense e elementos de terror de forma eficaz. Oz Perkins, o diretor, constrói um cenário enigmático que prende a atenção até o final, mantendo um ritmo sólido e envolvente. O terror, embora não seja tão presente quanto o marketing sugere, insere-se na narrativa para criar um constante senso de desconforto e instabilidade.

Entretanto, “Longlegs – Vínculo Mortal” começa a perder força quando deixa a fase investigativa, que até então conduzia a trama, para resolver os mistérios de forma preguiçosa e insatisfatória. O filme nos convida a participar da investigação, a prestar atenção nos detalhes e a tentar solucionar o quebra-cabeça. Porém, ao chegar no clímax, o roteiro opta por narrar e explicar tudo, contradizendo a proposta inicial de manter o público envolvido no processo. Perkins até tenta entregar um grande plot twist, mas falha ao omitir informações essenciais, jogando-as de forma abrupta na cena final para criar uma reviravolta que, ao invés de surpreender, frustra.

Para quem espera um terror que vai tirar o sono, “Longlegs – Vínculo Mortal” será uma grande decepção. Também desaponta como um filme investigativo. No entanto, apesar dessas falhas, o filme consegue entreter e manter o interesse do público até os minutos finais, seja pela fotografia cuidadosa ou pela atmosfera que Perkins constrói com tanta habilidade. O problema é que, ao final, fica a impressão de que o diretor não tinha certeza sobre que tipo de filme queria fazer: um terror ou um thriller investigativo. Essa indefinição resulta em um sentimento de potencial desperdiçado.

Em resumo, “Longlegs – Vínculo Mortal” se consolida mais como um case de sucesso de marketing do que como uma obra cinematográfica memorável. É um filme que, embora tecnicamente bem-executado, não consegue sustentar as expectativas criadas, deixando no ar a sensação de que poderia ter sido muito mais do que realmente é. O terror fez suas estreia nos cinemas do Brasil pela distribuidora Diamond Films.

Niedja Pantaleão
Niedja Pantaleão
Niedja, 36 anos, é natural de Olinda e fundadora do site, onde também atua como editora-chefe. Jornalista há 20 anos, tem no cinema uma de suas maiores paixões e é uma verdadeira maratonista de séries. Desde criança, rádio e televisão sempre fizeram parte da sua vida, alimentando a curiosidade e o entusiasmo que hoje se refletem em sua trajetória no jornalismo cultural.
leia mais do autor

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

últimas em destaque

Em resumo, "Longlegs - Vínculo Mortal" se consolida mais como um case de sucesso de marketing do que como uma obra cinematográfica memorável. Crítica: Longlegs - Vínculo Mortal (2024)