Na próxima segunda-feira, 21 de julho, chega com exclusividade ao catálogo do Adrenalina Pura+, plataforma voltada ao cinema de ação e suspense. O novo longa de ação “A Duquesa Vingadora” (Duchess) é estrelado por Charlotte Kirk. A produção marca mais uma parceria criativa entre a atriz britânica e o cineasta Neil Marshall, conhecido por seus trabalhos em “Abismo do Medo” e “Centurião”.
Além de viver a protagonista, Charlotte Kirk também assina o roteiro e atua como produtora executiva do projeto, ao lado de Marshall e Simon Farr. O filme promete entregar uma mistura de vingança, adrenalina e cenas de combate intensas, apostando em uma protagonista feminina forte e impiedosa.
Dirigido por Neil Marshall, o longa segue a trajetória de uma mulher misteriosa que, após perder tudo, parte em uma jornada brutal em busca de justiça. Com cenários urbanos, perseguições e muita ação física, o longa busca conquistar os fãs do gênero com uma pegada estilizada e feroz.
Em “A Duquesa Vingadora“, Charlotte Kirk assume o papel-título com intensidade, mas nem mesmo sua entrega dedicada consegue salvar este filme de ação genérico, confuso e artificialmente estilizado. Dirigido por Neil Marshall, o longa tenta se sustentar numa mistura de vingança, empoderamento feminino e brutalidade gráfica, mas tropeça em quase todos os pilares narrativos e técnicos que um bom filme do gênero exige.
O roteiro, escrito em parceria por Marshall e Kirk, parece uma colcha de retalhos mal costurada de clichês do cinema de ação. Dutchess é uma ex-militar implacável em busca de justiça, mas sua trajetória é tão previsível quanto mal construída. Os diálogos são expositivos e sem alma, transformando personagens coadjuvantes em meras caricaturas que só existem para inflar a violência ou repetir slogans vazios de empoderamento.
A direção de Marshall — que já entregou obras de impacto como “Abismo do Medo” — aqui parece desconectada do próprio material. As cenas de ação são frenéticas, mas mal coreografadas e editadas com cortes tão rápidos que comprometem a clareza. Há uma sensação constante de que o filme quer parecer mais ousado e brutal do que realmente é, abusando de sangue e slow motion como substitutos de tensão verdadeira.
Charlotte Kirk, que também produziu o filme, até demonstra presença física e alguma nuance, mas seu desempenho é prejudicado por uma personagem unidimensional e um enredo que lhe exige mais poses do que profundidade emocional. A tentativa de transformá-la em uma nova “anti-heroína badass” acaba soando forçada e artificial, como uma versão sem alma de “Atômica” ou “Nikita”.
No fim das contas, “A Duquesa Vingadora” falha em quase todos os aspectos que um bom filme de ação deveria dominar: ritmo, coerência, personagens marcantes e cenas memoráveis. O resultado é um espetáculo ruidoso e vazio que se leva a sério demais, mas entrega pouco além de violência gratuita e pretensões frustradas. Uma oportunidade desperdiçada que não faz jus ao talento de sua protagonista — nem às promessas do gênero.