“Acompanhante Perfeita” estreou nos cinemas brasileiros em 6 de fevereiro de 2025, após ter sido inicialmente programado para 30 de janeiro, mas adiado em razão de estratégias de lançamento da Warner Bros. Escrito e dirigido pelo estreante Drew Hancock, o filme mistura elementos de terror, ficção científica, suspense e comédia, criando um tom único que desafia expectativas e gêneros tradicionais. A trama acompanha Iris (Sophie Thatcher), que se apaixona por Josh (Jack Quaid) e embarca em uma viagem de fim de semana com amigos em uma mansão isolada — um cenário idílico que rapidamente se revela um pesadelo quando se descobre que Iris é, na verdade, um robô, sem consciência de sua natureza até então.
Lukas Gage, Megan Suri, Harvey Guillén e Rupert Friend também estrelam o filme. O longa teve produção de Zach Cregger, Roy Lee, Raphael Margules e J. D. Lifshitz. Com orçamento estimado em cerca de 10 milhões de dólares e alcançou aproximadamente 36,7 milhões de dólares em bilheteria mundial. Ao lançar essa proposta ousada, a Warner Bros apostou em um thriller capaz de provocar reflexões atuais sobre identidade, objetificação e emoções humanas por meio de uma narrativa altamente estilizada e imprevisível.

“Acompanhante Perfeita” é aquele tipo de filme que chega de mansinho, mas rapidamente se impõe como um dos grandes destaques do ano. Um thriller psicológico com toques de romance noir e um subtexto social afiado, a produção é ancorada por uma performance magnética de Sophie Tachter, que entrega o melhor papel de sua carreira até agora.
O roteiro, sutil e bem amarrado, evita cair em clichês fáceis e oferece reviravoltas que surpreendem sem soar forçadas.
O grande trunfo do filme é justamente sua protagonista. Sophie Tachter domina a tela com uma presença enigmática e uma entrega emocional impressionante. Seu olhar, muitas vezes mais expressivo que longos diálogos, traduz com maestria as camadas de complexidade de Iris. Há algo de Michelle Pfeiffer em “Os Fabulosos Baker Boys” misturado com a intensidade de Rosamund Pike em “Garota Exemplar” — mas Tachter não imita ninguém. Ela cria uma personagem própria, inesquecível.

A direção — elegante, precisa, com um domínio notável da linguagem visual — contribui para a atmosfera sofisticada do longa. Os enquadramentos sutis, a fotografia em tons quentes e frios alternando conforme o estado emocional da protagonista, e a trilha sonora discreta porém marcante, formam um conjunto de extrema qualidade estética.
Outro ponto de destaque é a forma como o filme lida com temas contemporâneos como poder, desejo, identidade e autonomia feminina. “Acompanhante Perfeita” não julga sua protagonista, mas a observa com empatia, inteligência e nuance. É raro ver uma personagem feminina tão bem escrita e conduzida com tanta dignidade em um thriller do gênero.
Com uma atuação digna de temporada de premiações, uma direção segura e uma história instigante, o filme é mais do que apenas um bom filme — é uma obra marcante, daquelas que ficam na cabeça muito depois que os créditos sobem. Se a justiça prevalecer, Sophie Tachter será um nome frequente nas próximas premiações. E se não for, já entrou no coração de quem ama cinema de verdade.
“Acompanhante Perfeita” é um filme acima da média, com elementos técnicos e artísticos muito bem executados, e uma protagonista que realmente se destaca. Ainda que por pequenos detalhes de ritmo ou que não reinvente totalmente o gênero — o filme chega muito, muito perto da perfeição. A produção está disponível no streaming HBO Max.