terça-feira, outubro 14, 2025
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Morre Maria Augusta, aos 83 anos, no Rio; Carnavalesca levou diversos enredos inesquecíveis à Sapucaí

Faleceu nesta sexta-feira (11) a carnavalesca Maria Augusta aos 83 anos de falência múltipla dos órgãos. Ela estava internada desde junho no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A profissional das artes descobriu um câncer na bexiga no início do ano, foi operada após o carnaval e iniciou o tratamento com imunoterapia, o que causou efeitos colaterais.

A artista entrou para o “mundo do samba” no fim da década de 1960 a convite do também carnavalesco — e saudoso — Arlindo Rodrigues, que trabalhava com Fernando Pamplona — também já falecido em 2013. Ela tinha 27 anos na época.

O Arlindo Rodrigues disse que eles estavam indo para o barracão do Salgueiro, pois o carnaval estava atrasado, e perguntou se eu queria ir junto. “Quero”, respondi. E fomos. Um caminhão havia levado toda a parte decorativa do baile, que seria reaproveitada pela escola. Quando chegamos lá, Arlindo apontou para uma alegoria toda branca e me disse: “Aquele carro é seu, vai decorar!” — recorda a carnavalesca, professora, comentarista e jurada do Prêmio Estandarte de Ouro, em entrevista ao GLOBO em 2015.

Com o Salgueiro, ela foi campeã do carnaval carioca em 1969 (“Bahia de Todos os Deuses”), 1971 (“Festa para um Rei Negro”) e 1974 (“O Rei de França na Ilha de Assombração”). Pela União Da Ilha em 1977 ela fez o memorável enredo “Domingo” e no ano seguinte, em 1978, levou a Marques de Sapucaí o inesquecível enredo “O Amanhã”. Ambos desfiles renderam sambas que perduram na boca do povo até hoje e foram regravados por diversos artistas brasileiros de gêneros musicais variados.

Além do Salgueiro e União da Ilha, Maria Augusta emprestou seu talento às agremiações Paraíso do Tuiuti, de 1980 a 1983; Tradição (1985) e Beija-Flor (1993), nesta ultima exercendo o importante papel de substituir outro célebre carnavalesco, Joãosinho Trinta, após 17 anos dele no comando da azul e branco de Nilópolis. Maria Augusta foi homenageada pelo Estandarte de Ouro em 2022, quando o prêmio completou 50 anos. Ela foi enredo da escola mirim Aprendizes do Salgueiro em 2025.

Niedja Pantaleão
Niedja Pantaleão
Niedja, 36 anos, é natural de Olinda e fundadora do site, onde também atua como editora-chefe. Jornalista há 20 anos, tem no cinema uma de suas maiores paixões e é uma verdadeira maratonista de séries. Desde criança, rádio e televisão sempre fizeram parte da sua vida, alimentando a curiosidade e o entusiasmo que hoje se refletem em sua trajetória no jornalismo cultural.
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